
Embebido do espírito local programei a saída para o dia seguinte, a Barragem da Bravura, local de paragem obrigatória nos piqueniques do 1º de Maio e da voltinha de dia de Ano Novo das gentes locais. Pedi algumas referências ao Manel da Bicicletas, figura carismática do ciclismo Lacobrigense, e fiz o download do mapa via Google Earth para auxiliar à descrição vaga do percurso a fazer. Como trincador que sou, queria fazer o máximo de km por terras mas, o Manel das Bicicletas e os outros frequentadores da sua loja fazem estrada, sabia de antemão que teria de atalhar muito caminho.

A partida foi às 9h30 da manhã, o sol já ia alto e convidava à manga curta, equipado a rigor, camelback cheio e olhos postos no destino lá fui eu. Segui pelos caminhos que já conhecia até encontrar os primeiros trilhos na direcção desejada, ao fim de 3 km já andava ao ziguezagues, para cima e para baixo em busca de uma saída que teimava em não aparecer, estradões que invariavelmente esbarravam numa quinta com um animal de quatro patas a avisar que estava na direcção errada.

Após muitos atalhos subidas e descidas e já com 12km feitos cheguei ao Colégio, estava um pouco desanimado, aparentemente teria de seguir por alcatrão o resto do trajecto até à barragem e pior que isso, uma longa subida com cerca de 3km esperava por mim. Ao chegar ao fim daquela valente subida ainda me sentia fresco e com forças para continuar, diante dos meus olhos um sem número de trilhos abriram-me o apetite por comer pó, só tinha de escolher um.

A Estalagem da Bravura assinalava o prémio de montanha de terceira categoria, andei mais 2.5km e da barragem nada!! Voltei para trás para pedir informações, o dono da estalagem informou-me devidamente “a barragem é a precisamente 2.8km daqui”, não queira acreditar, onde está o gps? Onde estão os mapas detalhados? Como é possivel não ter visto a barragem estava a 300m e voltei para trás! Sai de manhã para ver a barragem por isso, nada a fazer toca a voltar para trás. Percorridos os 2.8km conforme indicado e depois de fazer uma curva à direita deparei-me com aquele bonito cenário. Como diz o meu sogro, tudo o que tem água é bonito, e para que não haja dúvida tirei uma foto.
Dei volta ao cavalo e segui as indicações do estalajadeiro, depois de descer vertiginosamente pelo alcatrão segui um trilho paralelo ao um regadio que me iria levar até à ribeira de Odiáxere. Passei por montes rurais que nos mostram um Algarve quase desconhecido, longe das praias e do turismo de massas. Sítios que mostram que nem sempre a vida sorriu aos seus habitantes, que nos tempos mais difíceis tiveram de abandonar as suas terras em busca de outras actividades mais lucrativas, mas há também aqueles que sobreviveram a esses tempos e que mimam os seu campos, como que a agradecer o que deles já colheram.


De volta a Lagos serpenteei pelas suas ruas estreitas perante o olhar indiscreto dos transeuntes que teimavam em reparar no meu sorriso, era o sorriso de um bravo!
A trincadela teve um total de 48km feito em 2h53m. Cerca de 15km foram em alcatrão, foi inevitável, isto de invadir propriedade alheia, correr cães ao pontapé e fazer subidas que não levam a lado nenhum é engraçado mas também farta.
Boa trincadelas....
6 comentários:
Pois eu fui para Trás-os-Montes e não levei a bicicleta. Passei o tempo todo a fazer porra nenhuma.
Que inveja.
Grande estupido.
João
Pois... Eu ontem fui andar... em Monsanto... Muito fixe.. LOL!
Que inveja... Abraço!
P.S: E que tal a máquina nova?
A bike têm-se portado bem, é agil nos trilhos técnicos e sinuosos, confortavél nas longas distâncias. A suspensão é cinco estrelas, muito eficiente e bloquada conjuntamente com o amortecedor devora subidas e alcatrão com relativo à vontade.
A máquina está com vontade de devorar a zona da Arrábida...
Arrábida? Quando kiseres... LOL! Dia 18 não posso, mas no fds seguinte... Dia 25 Nov?
Boas, Eu também quero ir á Arrábida, 25 Nov?
Did you record the track/route with your gps?
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