02 novembro 2007

Andava-lhe com uma sede...


Muitos de voçês já devem ter sentido o mesmo do que eu. Vem um fim de semana prolongado, pensamos em ir para fora e dá-nos um nó apertado termos de deixar a bike em casa com tanto trilho que por ai há. Pois desta vez foi diferente. É certo que tive 45 minutos inglórios a tentar pôr a bike dentro do carro e deixar espaço para as malas, o carrinho de passeio e os brinquedos da Inês, as pinturas da mamã isto e aquilo que, passado o fim de semana, reparamos que não fizeram falta nenhuma. Mas desta vez tudo foi diferente : "ai não cabe-disse a mamã em tom de ameaça- vamos lá abaixo e nem que desmontes a bike toda, ela tem de ir". Acho que ela está a levar isto muito a sério pois agora obriga-me a andar, há-de chegar o dia que virá atrás de mim com vassoura em riste "Vai já andar de bicicleta que ela parada é como o Ronaldo...não rende". Aproveitei a maré e à segunda carreguei o carro.
Chegámos a Lagos para almoçar, na minha cabeça já só tinha aquele trilho que tantas vezes me desafiou. Se alguém conhece a Praia da Luz em Lagos já deve ter reparado no Taleve, é o ponto mais alto da região, está devidamente assinalado com um imponente marco geodésico e dele partem três trilhos, o do mar, o do marco(quase impossivél de entrar) e o da direita (esquerda de quem olho de baixo). Avistei este spot há seis anos, nessa altura ainda não fazia BTT mas pensei logo "isto de bike deve ser um mimo!"

De barriga aconchegada pelo peixe da região e os mimos da avó Maria lá fui eu. percorri 8km pela arriba até lá chegar, paisagem deslumbrante numa linda tarde de Outono, adrenalina a correr a 1000km/h estava prestes a descer, estava ansioso, estasiado e até um pouco emocionado.
Tinha chegado a altura! Baixei o banco para um posição de downhill, verifiquei as regulações da suspenção e amortecedor, olhei ao céu como que a pedir a graça divina, respirei fundo e lá fui eu por entre a vegetação. o trilho era como previa, na primeira parte rápido, sinuoso e divertido, a segunda parte aberto, muito técnico devido aos fundos sulcos cavados pelas chuvas e muito mais rápido, pelo caminho uivava de alegria, lindo lindo que emoção!
A volta foi de 30km sempre junto ao mar com partes muito técnicas entre a Prainha e o Porto Dona Maria ( Praia da Luz), formações rochosas junto à orla maritíma que foram moldadas pelos ventos de sueste e pelas ondulações fortes que os acompanham criaram um relevo ondulado e ao mesmo tempo sinuoso. Daí para a frente foi um passeio até ao Burgau, sempre com o sol acalar as faces rosadas de alegria. O regresso até Lagos foi em alcatrão pois a noite caía apressadamente e a travessa de berbigão já estava à minha espera.
Amanhã há mais.
Boas trincadelas.

2 comentários:

Pirex disse...

Ora cá está outro grande post. Parabens. Este ano passei férias nessa zona e não levei a bike e depressa me arrependi. havemos de lá voltar. È assim mesmo.

Um abraço

Brites disse...

G'anda maluko!!!
A tua mulher deixa-te levar a bicla nas férias e fds prolongados?
E ainda por cima consegues evadir-te de casa?
Tens de explicar ao pessoal como é que fazes...
Quanto à voltinha, parece muito fixe. Adoro pedalar nas arribas junto ao mar. Pena que aqui em Lx não dê para fazê-lo com muita facilidade.
Abraço,
Trinca-Tudo