22 dezembro 2008

Feliz Natal

Ouvi dizer que os trinca se juntaram ontem para esticar as pernitas. Sim ouvi dizer porque eu não estive lá. Não me contaram muitas coisas. Apenas que fizeram 43km e que o férias mandou um tralho daqueles que ninguém sabe explicar. De resto parece que estava fresquinho na galega no momento em que partiram. É para verem como custa a vida :)

Deixo aqui a fotos tiradas pelo trinca Tuga:





















Desejo a todos voces um grande Natal especialmente com muita saúde.

Um Abraço.

Pirex

09 dezembro 2008

Vou por ai...

Eram oito da manhã quando o meu sono foi abruptamente interrompido pelo toque do despertador. O São Pedro parecia finalmente dar tréguas, depois dos últimos dias de chuva o sol irrompia por entre as nuvens. A preguiça estava instalada nos meus músculos, os meus ossos permaneciam imóveis. Se calhar ainda chove, virei-me para o outro lado. A consciência reflectida no espelho inquiriu “quantas pessoas têm oportunidade de fazer aquilo de que gostam?!!”. Desci para a garagem num ápice, montei a bike e parti.
Desci até Paço d’Arcos pelos caminhos que diariamente faço de carro, segui pela marginal sempre a um bom ritmo, semelhante ao de um dia de trabalho, passei a ponte sobre o rio Jamor e segui por terra batida pelo trilho paralelo ao do comboio.
Em meia hora pus-me em Algés. Tinha trincado 15km de alcatrão, ia ser diferente, este passeio era para descobrir. Era dia para reparar no que gira à nossa volta, por exemplo, na singularidade do assador de castanhas de Algés.

Entrei no Parque de Monsanto em direcção ao heliporto, a vegetação formada por pinheiros de copa arredondada, escondem singletracks fantásticos traçados por entre os trevos verde vivaz.
Ao longo da subida fui apreciando todo o ambiente envolvente, a solidão tornou-se estranhamente agradável. Ao chegar ao topo pude observar o contraste entre o que nos dá a natureza e a engenharia do homem. Um parque dentro da cidade dá-nos destas coisas.

Desci por um estradão rápido até que reparei num singletrack à direita, estava ladeado por uma rede, não sabia onde me levaria mas tinha ar de que me ia dar metros de diversão. Não me enganei. Voltei novamente ao estradão que me levaria até Caselas, ao longo do percurso dezenas de singletracks, fluíam na sua direcção.

Atravessei a via que liga a N117 a Belém em direcção ao trilho que nos leva ao Chimarrão. Aproveitando o facto de saber o esforço que me esperava, decidi parar para comer e observar a minha menina. Ela esmerava-se para fazer as melhores posses e, o meu dedo, não parava de premir o botão como sinal de agradecimento.

Durante esta sessão fotográfica reparei nos singletracks que rasgavam aquela mancha verde, desci por um e subi, desci por outro e subi, desci mais outro e subi, desci outra vez o primeiro, voltei a descer outro e depois o outro. Foram trinta minutos nesta brincadeira, sempre a tentar descer mais rápido aqueles trilhos rápido e sinuosos. Pura diversão.

Regressei pela mesma zona, pelo bairro de Caselas, a entrada nos trilhos faz-se por entre duas casas, os cheiros da confecção de apetitosos almoços convidam-nos a deambular pelas ruas deste pacato bairro mas, a frenética sensação de descobrir trilhos novos guiam a minha bike para fora do baixo casario.

Primeiro o estradão, depois um qualquer singletrack, sempre a serpentear por entre o arvoredo, o trilho, esconde aqui ou ali um salto, uma curva mais apertada em que os pneus se agarram ao máximo elevando as sensações de andar de bicicleta. Escondida pela vegetação, uma descida que me era familiar, é quase a pique com um cotovelo na saída que nos corta a respiração. Sobe e desce por novas descobertas lá cheguei a Algés para apanhar o trilho do eléctrico que me levaria até ao Estádio Nacional. Que mudado que está!

Voltei ao paredão de Caxias, o sol ia alto e convidava ao passeio, muitos foram aqueles que acederam ao convite.
Passei o túnel da praia para apanhar a estrada da prisão em direcção a Barcarena, antes ainda me deparei com o belíssimo Palácio do Jardim da Cascata.
Apanhei boleia de dois devoradores de asfalto que me levaram por subidas desgastantes, como não lhes perguntei para onde iam, parei em casa deles.
Não havia azar era só encontrar um qualquer caminho. Subi mais umas centenas de metros até chegar às bombas da Galp na A5, um estradão levar-me-ia até Talaide. Chegado ao bairro ainda desfrutei de umas quantas escadas mesmo antes de entrar na garagem.

Não interessa onde, o que interessa é divertirmo-nos, e sítios para descobrir é o que não falta.
Até lá, boas trincadelas!

24 novembro 2008

Loures dos Cãos

Não fazia ideia do que iria encontrar em Loures http://viajar.clix.pt/geo.php?c=176&lg=pt, talvez uma incursão ao longo do rio Trancão para esticar as pernas pelas Lezirias, depois das últimas três aventuras estava a precisar. A malta da Póvoa da Galega (ainda sem o Pirex), eu e o Brites juntámo-nos a uns companheiros de Loures muito aficionados de BTT, o Chanoca, o João e o Álvaro. Feitas as apresentações começamos a rolar, precisamente no sentido oposto ao qual eu me tinha mentalizado. Já no meio das hortas, no coração da cidade de Loures, ganhei coragem para perguntar como iria ser a volta, o Álvaro, amável anfitrião, gracejou: -“ para começar vamos subir ali a Montemor depois vamos subir a Moninhos e depois vamos subir a …” rapidamente percebi a mensagem, mais uma tareia daquelas.

Em pleno alcatrão e já depois de passar pelas hortas e por trinta e sete cães nervosos, olhei para baixo para fazer a última inspecção à bike antes de começar a subir, o pedaleiro Ok, os pneus Ok os pedais de…Pum Pum Pum, Catrapum, guiava a bike apenas com a mão esquerda, sem dar conta o João tinha parado a escassos metros de mim, quando levantei a cabeça fui atingindo por um raio de sol, instintivamente pressionei a manete esquerda a fundo. Não sabia se havia de rir ou de gemer, as dores do joelho avivaram-me todas as lesões ganhas ao longo dos anos no futebol e no basket, acabara de hipotecar toda a volta, parecia só ter uma perna.



Iniciamos a longa subida de 6km junto ao Palácio do Correio Mor, ao longo da subida a vista ia-nos revelando outros picos por onde já passamos e a planície onde desejava estar, muitos minutos depois lá chegamos ao topo de Montemor, paragem obrigatória para saborear a paisagem e recuperar muita da energia despendida.



Era hora de começar a curtir, fizemos uma descida calminha com lombas ao estilo das pistas de BMX, depois uma repleta de pedras, mais uns cães a quererem as pernas do Brites e singletrack para descontrair antes da subida para a Quinta de Perdigueira.


Era certo que a malta de Loures nos queria dar uma coça, estavam era um pouco indecisos quanto ao sitio para o fazer, andamos para trás e para a frente algumas centenas de metros até que, finalmente, enveredamos por uma descida arborizada cheia de curvas e contra curvas que só terminaria na Fonte de Santo Amaro de A dos Cãos. Um espectáculo, a descida e o nome da terra. Pausa para o boneco, para digerir algumas barritas e as emoções da descida.


Rolamos alguns metros por asfalto de modo a preparar a enorme subida até Moninhos, o zunir das hélices intensificava-se à medida que nos aproximávamos lentamente do topo. Avistamos o mar, o Palácio da Pena e claro a aldeia de A dos Cãos.



Serpenteamos o trilho ladeado de cinzas, uma imagem desoladora que infelizmente se repete por este pais fora. Os tons cinza fortes e as histórias das quedas de quem por ali já passou, provocaram-me algum formigueiro, era a parte mais divertida do percurso mas não queria deitar tudo a perder. Estávamos em Bolores, o trilho rápido em forma de bossa, antecedia a espectacular descida para Ponte de Lousa. O João (de Loures) queria mostrar a vontade de ser um dos nossos, tentou trazer algumas pedras que saltavam à sua passagem, até que, lá se jogou ao chão para agarrar umas quantas, nada de grave! Aproveitei a paragem para descer o selim (é já um hábito) e lá vai disto, olhos fixos no trilho para evitar distracções como a do início do percurso, mão leve no travão e deixa a gravidade fazer o resto. A cara é aquela que alguns já conhecem, a de enorme satisfação

.

Para a volta ser completa no que a BTT diz respeito, ainda passamos um ribeiro na zona da Murteira para apanhar o trilho ascendente, depois foi rolar em alcatrão até ao carro aproveitando para fazer as despedidas pelo caminho.
Foram 36km repletos de novidades, trilhos variados e de grande cavaqueira, a volta das Lezírias ficou para uma próxima oportunidade.

Até lá, boas trincadelas!