30 dezembro 2007

2007, 30Dez Os Trincas em Monsanto

last Day Ryding for 2007

Reconheço que não tenho a aptidão do Hugo e por isso serei curto nas palavras. Lá respondemos ao apelo "desesperado" do Boss feito no dia anterior. A malta foi pontual e rapidamente nos pusemos ao caminho.
A manhã estava bonita e ainda deu para tirar algumas fotos:


O Férias a olhar o mar...


O Gadget é laranjinha...


O Manel vai no bom caminho e de momento só inveja as pernas dos outros :)


Boss, estás uma maquina... 45 biscas e chegaste todo molhado , eh eh eh


Tuga, até pareces um atleta... quem te viu e quem te vê. Um grande 2008 para ti brother.




A Estatística do costume...

Para todos os Trincas-pedras e todos aqueles que virem este "fraquinho" blog, os meus votos de Um excelente 2008 e muitos passeios pelo mundo fora.

Boas trincadelas.
Pirex

17 dezembro 2007

Povoa da Galega 16 de Dezembro

Trincas aqui ficam algum dados.





Abraços
Pirex

Em terras da Beatriz Costa…

As previsões meteorológicas apontavam para temperaturas baixas e, na “aldeia” do Pirex, a palavra frio é para ser levada mesmo a sério. A “aldeia” fica a 15 minutos de Lisboa, na zona de Cabeço de Montachique e Milharado, é bem portuguesa mas pertenceu a uma Galega, uma tal de Póvoa.
O GPS do João não funciona com temperaturas baixas e, por isso, os Trinca de lá vieram receber os Trinca de cá à entrada da “aldeia”, estávamos ligeiramente atrasados.
O frio não desarmava, custava a respirar e, o facto de pedalarmos em cima de laje junto a uma vacaria não ajudava em nada. O Pires e o Alex impunham o ritmo lá na frente o que só piorava as coisas.
Percorridos os primeiros km em terrenos propícios ao btt chegou a altura de subir, subir, subir. Ainda agora tínhamos começado e já estava de rastos, o Boss lá arranjou um problema técnico no selim para podermos descansar, que alivio.

Neste ponto podia observar-se a paisagem da região. Composta por vários cabeços, cada qual com o seu nome, esta zona é propícia à instalação de moinhos. Outrora o vento fazia girar as velas de dezenas de moinhos, esse movimento era aproveitado para moer farinha, hoje em dia produz-se energia, evolução dos tempos e das necessidades do Homem. É certo que estas pás causam grande impacto visual na paisagem e não caíram na graça de todos mas, aquando da instalação dos moinhos de vento, a reacção deve ter sido a mesma.
O azul e o vermelho (não interpretem mal e considerem-se baptizados) estavam a gostar e, mais do que isso, cheios de confiança a rolar, com energia a subir e comedidos a descer e sem quedas. É verdade, houve descidas e, o Nuno, fazia questão de me avisar sempre. A primeira era bem engraçada, rápida e com pedra terminava num riacho de resíduos de um matadouro. O João, um dos anfitriões, era a roda do Manel que estreou a sua EX8, e que bem que se portou!

Subimos a um miradouro onde nos esperava um cuidado moinho, mesas de granito para piqueniques e os vestígios de noites bem passadas a observar a paisagem da região. Tirou-se a foto do dia, prepararam-se as montadas e toca a descer, 100m muito técnicos levaram-nos a uma bifurcação onde o Pirex nos tentou convencer que o devíamos seguir e subir por uma lado quase inacessível apesar de termos outra hipótese bem mais fácil. Quem o seguiu?
O Nuno que também conhece a região, o vermelho que foi enganado e o Alex que tem pernas que nunca mais acaba. Ninguém conseguiu vencer a inclinação montado mas, o Alex, ainda tentou três ou quatro vezes. Isso é que é teimosia!!!!!
A região tem trilhos muito variados satisfazendo todo o tipo de praticante, um dos meus preferidos foi uma descida (claro) muito rápida e com curvas apertadas em que a certa altura tínhamos de passar rente a uma árvore para conseguir apanhar o trilho numa cota ligeiramente acima descendo depois aos S até uma linha de água.

Por esta altura o Alex e o Pirex davam sinais de quebra, só pode ter sido essa a razão para os ter conseguido acompanhar nos últimos 12 km, ou então foi por esta parte da volta ter muita descida. Lembram-se daquela que acabava no espelho?

Para o final estava reservada a subida mais técnica da manhã, inclinação qb e pedra solta. O Pirex disse que nunca a tinha conseguido fazer. Ai mãe! O pessoal roeu-se todo para o envergonhar, tudo a pedalar em esforço, uns gritavam, outros bufavam, com mais ou menos custo todos venceram aquela subida...até o Pirex.! O que levou a sova maior foi o Manel que não conseguia mexer as pernas com tanta cãibra que tinha, até lhe chegaram a oferecer beliscões!!!

Fizemos mais uns km até chegarmos ao alcatrão e descontrair os músculos, estávamos de volta à Povoa da Galega, não ficamos para almoçar apesar de o piano grelhado ser uma maravilha. Há mais trilhos do que bttistas e por isso havemos de lá voltar.

Até lá…boas trincadelas!

10 dezembro 2007

Em Sintra com os putos...

Mais um fim-de-semana mais uma voltinha, e como ando numa de variar rumei a Sintra mais o Trinca Ramos. Para nos guiar iam o Soares e o Alex (lembram-se do Trinca Seta?) que à última se baldou e ficou a dormir.
Gulosos como somos estacionamos o mais perto possível da piriquita para, no regresso, nos abastecermos de travesseiros. Esta decisão custou-nos, nada mais, nada menos, do que 11km a subir até aos Capuchos por entre um nevoeiro serrado. O resultado foi uma valente dor de pernas e claro ficámos sem saber onde estávamos.

Depois de alguma indecisão seguimos um trilho coberto de enxertos de acácia rumo a… bem… rumo a nada! Não fazíamos ideia de onde andávamos, os olhos confundiam o nevoeiro com o embaciamento dos óculos, mas teimosamente pedalávamos para cima. Trincadas algumas centenas de metros encontramos 3 companheiros que se prontificaram a percorrer os cerca de 300m que nos separavam dos Capuchos. Um dos rapazes é mecânico na Decathlon, o Tiago, negociou a bike nova ali, naquele momento, conseguindo um desconto de 200€.

Estava no cruzamento dos Capuchos a tentar convencer o Soares e o Tiago a subir o Monge quando caiu um anjo a meus pés! Quer dizer, não foi bem um anjo, foi um puto (com o devido respeito) que guinou o guiador em cima de uma poça de lama e acabou por cair mesmo à nossa frente. Este incidente serviu de pretexto para meter conversa e perguntar por onde seguir a volta – “onde é que há uns singletracks para trincar?” – a resposta foi dada por um pequeno de 11 anos montado numa Trek visivelmente desproporcionada. “Sigam-nos vamos para lá agora, os nossos pais vão por outro lado” e nós fomos.

O singletrack é o dos Portões, cerca de 3km de rasganço por entre vegetação, lama. Pedras e muita curva, um mimo. Os putos estavam como que a brincar no quintal, e eu a andar por onde mais gosto. Segui apressado o ritmos deles, sempre a 15/25 km/h, põe, tira, trava, curva, acelera … adorei!

Reagrupamos numa subida e os papás juntaram-se para fazermos outro singletrack alucinante com raízes, lama e pedra nas curvas, vegetação densa e zonas muito rápidas. Os putos seguiram à frente sempre a rasgar e eu atrás deles mordia-lhe os calcanhares, foram mais uns 3 km de diversão, já não via nada, recordo-me de sentir os ramos das árvores a zunir nos meus ouvidos e a fazerem constantes razias a quando da nossa passagem, um dos putos gritava “vamos a 30”. Foi espectacular sentir a adrenalina dos putos, como se passasse para mim também.

Antes da despedida, outro single muito rápido, com muitos saltos e alguns sustos, no final encontrei o meu amigo João, um vadio que conhece bem aquelas paragens http://vadiosbtt.blogspot.com/ . Enquanto trocávamos impressões, senti um certo ardor na canela, olhei para baixo, misturado com a lama um lenho vermelho vivo testemunhava a passagem por aqueles trilhos alucinantes.

Antes de entrar no betuminoso desci vertiginosamente até Montserrate, a dada altura fixei os olhos no conta-quilómetros, registava 48km/h levantei a cabeça….AHHHHH estava em cima de uma curva bem fechada, travão a fundo e o susto ficou para trás.

Quando cheguei ao carro já mal conseguia andar, nem coragem tive para levar o travesseiro, que ardor IRRA que dói mesmo. Em casa entreguei-me aos cuidados da minha menina que ficou impressionada com o dói dói do papá.

Enfim, dói um pouco, mas a recordação da velocidade com que fizemos aqueles singles apagam tudo, agora é só sarar para curtir no próximo Domingo.


O melhor amigo do BTTista


Boas Trincadelas

03 dezembro 2007

Fomos à caça em Belas

A concentração foi em frente a uma pastelaria local, juntaram-se aos Trincas Pedras (Férias, Boss, Ramos e Brother) dois atletas do ginásio do Boss, como não decorei os seus nomes irei referir-me a eles da forma mais simples que encontrei, o vermelho e o azul.
Estes dois atletas são grandes aficionados do BTT, vestidos a rigor para andar nos trilhos prontificaram-se a apresentar as suas máquinas. O lojista que lhes vendeu as bikes deve ter ficado radiante pois de uma assentada impingiu (leia-se vendeu) duas Specialized Stumpjumper. Compararam-se suspensões, desviadores, selins e até pernas enfim, o costume, depois foi a vez das habituais desculpas para um eventual fracasso “ah e tal dormi pouco”, “estou a tomar antibiótico” e o cliché “está muito frio”.

Finalmente íamos entrar nos trilhos, todos em filinha indiana atrás do Boss pois era ele que ia lendo o percurso no seu hiper-super-mega GPS – volta Paulo, volta. O GPS, curiosamente, desviava-se sempre das descidas mais divertidas e levava-nos frequentemente por subidas de pedra solta, um mimo para o Tiago. Parece-me que o Boss anda a fazer de propósito para o Tiago pedir uma bike nova ao Pai Natal, os primeiros kilómetros rolamos quase sempre em cima de pedra. Para dar algum descanso ao Tiago emprestei-lhe a minha bike, isto é que é ser amigo.


Numa descida bem divertida o impensável aconteceu, decifrem a mensagem:

GPS, perdemos, Boss

Eu explico, ao contrário do esperado, não nos perdemos tantas vezes quanto isso, tenho de reconhecer que o Boss anda a fazer os trabalhos de casa mas, como o tempo não dá para tudo, ou se lê o manual de utilização ou se trata do GPS propriamente dito. O parafuso de fixação ficou por apertar e em pânico, sim tinha cara de pânico, o gritou “perdi o GPS”. Por momentos associei a frase a uma dislexia passageira e pensei “estamos completamente perdidos”, quando o vejo a subir que nem um louco a olhar para as bermas percebi o que tinha acontecido.
Iniciamos as buscas, uns a olhar para um lado outros para o outro, meia-hora e nada, o João pálido ouvia os comentários animadores da malta, “ à velocidade que vínhamos é impossível encontrá-lo” quando de repente o Luís pergunta é um “e-trex”. O João, qual criança, abraçou radiante o seu brinquedo e escapou-se a uma sova da mamã.

No Túnel de Belas entreguei-me às massagens em cima de uma bike cuja suspensão já morreu à muito, paz às suas molas! Á saída do Túnel a luz de esperança, o azul lançou furiosamente a bike para a berma, o Tiago incrédulo lançou-se a ela, era uma dádiva, o tipo deitara a bike fora….que desilusão era apenas um furo! Chamou-se então um engenheiro, um técnico, um assistente ( que emprestou a bomba), dois inspectores e um estagiário, colocou-se a bike em posição rodas para o ar e, ao fim de quinze minutos, a operação terminou com sucesso não deixando quaisquer sequelas na Stumper.

Mais umas subidas de pedra, sempre ao som do desabafo do guerreiro vermelho que utiliza uma técnica curiosa. Sempre que o terreno se inclina um pouco mais, este guerreiro solta uns sons intimidativos na esperança que o terreno se agache com medo, tal como o Brites fez com o cão na Arrábida.

O Luís ficou-se pelo km 15 pois o dever de recém pai obrigou a encurtar a volta, perdeu sem dúvida os melhores trilhos da volta. Finalmente pude comprovar a eficácia da FS e dos 140mm, single-tracks rápidos com muita pedra, descidas rápidas e técnicas, lama, areia e até uma pista de freeride trincamos de tudo.

Num trilho largo uma silva esticou o braço assustando o azul, que ao tentar corrigir a trajectória se estatelou no chão depois de fazer 1.5m de marcha-atrás. A partir daí foi com certeza uma tortura, aos 58 anos e depois de duas quedas consecutivas a vontade de fazer BTT roça a definição de loucura.

Seguimos por trilhos variados até chegarmos a um muito engraçado, single-track pedregoso num túnel de vegetação serrada, era tão engraçado que estava guardado por dois tipos de espingarda em riste e uma matilha de cães. Como o vermelho gasta os gritos a subir e o Brites foi para outras paragens, não nos restou outra coisa senão chamar o Bobby com carinho, escusado, quanto mais chamava-mos, mais o animal fugia, avançamos ignorando-o até que se esquivou por entre a vegetação.

Para acabar mais uma subida em pedra solta que nos levou até um point não assinalado no GPS, uma mangueira catita para tirar a lama da bicicleta. No fim tive de recuperar calorias com doce da zona.

Boas trincadelas…

01 dezembro 2007

Volta por Belas (dia 1 Dez. às 9h)

Já tenho boleia para a bicla e apesar de estar engripado, vou espalhar os bichos por Belas.
Eu tenho o percurso em GPS, pois embora o conheça quase todo tenho alguma duvidas.

Preparem-se para uma volta à TrincaDoc – perdidos…..

A VOLTA


ATÉ AO LOCAL DA PARTIDA


LOCAL DA PARTIDA

Quem quiser pode estar às 8.30 junto ao Pingo Doce de Alfragide.

João

26 novembro 2007

A falta que uma torta faz.

Eram de facto 9h da manhã mas não estavam 7 graus, estavam isso sim para aí uns 3 ou 4, pelo menos de acordo com o meu termómetro pessoal.
A azáfama é que é de facto grande naquele spot. A quantidade de BTTs que se vêm é espantosa. Deixa-nos antever que na Serra teremos de ter bastante cuidado em cruzamentos e descidas.
Logo ali ao lado sentiam-se as tortas a chamar. Eu bem tentei, mas ninguém quis e todos quiseram começar a pedalar que nem doidos por ali acima. O Brites não conseguia esconder a vontade de nos pôr dali para fora. Foi um erro crasso.
Ainda sinto a falta daquelas tortas, pois a sua ausência foi a razão do meu fraco desempenho. Qual clavícula, qual quê. Foi a falta das tortas.
Eu agora, ou meto no bucho uma trouxa da Malveira ou no caso presente uma torta de Azeitão, ou então não produzo.
Mas não quis deixar mal o Brites. O homem até dava saltinhos de impaciência cada vez que passava por nós um grupinho de btts. Foi por isso que se virou ao cão. Reteve aquela raiva e angústia e o bicho, coitado é que pagou.

Enfim a primeira parte do trajecto, talvez porque era conhecida, talvez porque a ausências das tortas ainda não se fazia sentir, foi feita em grande estilo. Subimos, descemos, tornamos a subir e tornamos descer, e fizeram-se assim 8 Km de grande BTT, em trilhos ora secos, ora enlameados num ritmo bem bom.

Mais á frente chegamos á fatídica subida para a capela. Fónix, que subida. Mas fez-se, relativamente bem, embora tivesse chegado lá acima em ultimo. As tortas, lembram-se.

A vista na igreja era fantástica. O dia estava extraordinário, via-se até onde a vista alcançava e por momentos todo o pessoal pensou que o dia não era para btt. Eu pensei …

Saímos dali o Brites leva-nos para um trilho ???, lindo. Num dos troços tinha regos de água em que cabia lá o TrincaBoss inteiro. Eu aproveitei para mostrar como se cai em estilo, sem partir a clavícula, aproveitando as vilosidades do terreno (a foto está lá atrás) e as áreas mais fofas das margas.

Depois a coisa começou a ficar negra. 1º o Brites zangou-se com o cão (já que não podia zangar-se comigo) e olhem que eu vi o cão a fugir, depois o chefe perdeu-se. Ehehehe levou-nos para um campo lavrado, eheheheh, e tinha gps, eheheheh.

Mas não sei porque me estou a rir. A volta continuou por um caminho manhoso, pelo meio do quintal de alguém que tem patos de guarda e de repente hei-la que surge – a parede (ler prolongando a segunda sílaba – a pareeeeeede). De repente fez-se luz, afinal não era btt que estávamos ali a fazer, era escalada. E para ser mais giro levamos uma bicicleta. Só para tornar a coisa mais difícil. E mais difícil ainda – sem tortas no bucho.
Chegar lá acima foi bonito. A coisa foi te tal maneira bonita que o Brites me perguntou a idade.
Fiquei desfeito.
Podia ter dito. Ah e tal a clavícula deitou-te abaixo, mas não. Ainda pensei mentir, mas aqueles olhos da malta postos em mim, a arfar que nem doido depois daquela escalada sem corda e sem segurança, não deixavam espaço para tal.
Oh inclemência, Oh desgraça minha, Oh extrema vergonha e humilhação. Passei de repente a cota do grupo. Mas eu não me sinto cota. Ainda agora digo a mim próprio que foram as tortas – a falta delas, estão a ver.
É isso mesmo, qual idade qual quê, devia ter comido as tortas. Foi falta de tortas. Repito em maiúsculas – FOI FALTA DE TORTAS.
A partir daqui o resto da volta foi um martírio, para o resto da malta que passava o tempo á minha espera. Do cota, estão a ver a cena! Vou ter um trabalhão a apagar esta imagem.
Esta parte já não me lembro muito bem, parece que metia uns moinhos e “uma montanha russa ao longo de uma crista com vistas sobre um vale fértil a poente e a península de Setúbal a nascente, 7 km de puro prazer até às desejadas Tortas de Azeitão”. Temos poeta. Palerma.
A única coisa acertada é acerca das desejadas Tortas de Azeitão e quão desejadas elas foram.
Quando me vi com uma a descer pela goela abaixo passou-me tudo. Devia ter sido antes.

Resumindo. Quando é que lá voltamos.

Por entre montes e tortas...

Os ponteiros do relógio aproximavam-se lentamente das nove horas da manhã, havia uma certa azáfama no parque de estacionamento, o frio (7ºC) não me deixava mostrar o entusiasmo de ali estar, depois de duas semanas de paragem estava de regresso aos trilhos, eu e o Trinca Doctor que ainda recupera de uma valente queda. Chegavam ciclistas a todo o instante, a concentração era num sitio apelativo, mesmo em frente à Casa das Tortas de Azeitão, houve quem sugerisse tomarmos um pequeno-almoço suplementar antes da partida mas, estranhamente, a ideia não foi acolhida pela malta.

Estavam quase todos a postos menos eu e o Paulo, a vontade não parecia ser muita e a cara do Brites não entusiasmava. Estava espelhado no seu rosto, que valente tareia nos ia dar. Incitados pelo Pirex, Boss, Nuno e João montamos as bikes e lá iniciamos o passeio.

O Brites começou logo por testar a malta e, nem de propósito, subida para aquecimento até ao primeiro miradouro donde avistamos grande parte do trajecto a percorrer. O dia estava lindo e com muito boa visibilidade o que nos permitiu desfrutar de vistas maravilhosas.

Os primeiros km foram feitos a um ritmo elevado, algumas subidas, estradões para rolar e, como a malta se estava a sentir bem, toca a esticar que ainda há muito para ver. A paisagem é realmente magnífica e conquistou todo o grupo. Depois de espreitarmos algumas quintas e percorremos um trilho lindo junto a uma ribeira, subimos quase a pique até uma igreja. A cara de felicidade do Brites era indisfarçável, a malta desmontou a meio e ele lá em cima a gozar à grande. O GPS do Boss levou-nos por umas descidas e mais uns trilho quase planos até chegamos à tal igreja onde nos deslumbrámos com a paisagem, rapidamente esquecemos o esforço dispendido minutos atrás.

Finalmente as descidas apareceram a miúdo, seguia acelerado lado a lado com o Brites quando, receoso, exclamei “olha o cão!”. Foi irreal. O cão começou a correr na nossa direcção resmungando “au, au” e, o Brites, montado na bike, cara a cara com o animal, respondeu num tom que até a mim me assustou “AUUU, AUUU”, o cão não desarmou logo e o frente a frente continuou por mais uma dúzia de metros até que o Brites soltou um último “AAAUUUU” empurrando o animal para dentro de casa. Que episódio! Tudo a rir e o pobre animal encolhido perguntava ao seu dono “que raça é aquela? ‘”

O Paulo, que recupera de uma lesão na clavícula, já não tinha forças para pedalar (mas pedalar não é com as pernas?!! :-D), O João em grande ritmo acompanhava o grupo e o resto da malta lá ia seguindo no encalço do Brites monte acima.

Compra um tipo uma bike com uma suspensão XPTO, travões potentes e depois quando devíamos fazer os trilhos a descer, não senhor, obrigam-nos a subir!!! Para a próxima invertemos o gráfico.

Para o final ficou o trilho dos moinhos, uma montanha russa ao longo de uma crista com vistas sobre um vale fértil a poente e a península de Setúbal a nascente, 7 km de puro prazer até às desejadas Tortas de Azeitão.

Arrábida, um lugar a explorar mais vezes!

Até lá, boa trincadelas…