23 dezembro 2013

Um domingo a partir pedra.

Os amigos são assim!
Os amigos, convidam-nos para a sua festa maior. Preparam tudo para que seja um sucesso. Contam connosco. Tomam conta de nós.
Ontem respondemos ao convite dos amigos do Btt Almonda. Em especial o amigo João Gonçalves, mais conhecido por cão Guia. E a festa preparada tinha como objectivo pedalar em conjunto no seu quintal.
Foi um dia duro. Acho que nos levantamos todos por volta das 5.30 da manhã, para estar nos carros e a caminho uma hora depois.
O ponto de encontro estava marcado para a localidade de Liteiros, lá para os lados de Torres Novas. E foi assim, mais coisa menos coisa, que o grupo arrancou por volta das 08.30. Esta mole humana, era composta por elementos do Btt Almonda, Trinca-Pedras e Tuaregues.
O percurso era surpresa. Mas segundo rumores, tinha uma primeira parte já conhecida dos elementos locais. Esta parcela impunha a ascensão ao alto da Serra dos Candeeiros. A marcha foi se realizando por patamares de forma pouco agressiva e estendida pelo decorrer dos kms. A notas mais importantes para este parte foram o frio a rondar os 2 graus e que gelavam as pontas dos dedos. Quer das mãos como dos pés. Nem as poças de água escapavam ao gelo. A nota seguinte foi para a paisagem, marcada pelo calcário e sobrado num contraste magnífico. Que o digam as fotos. Houve também direito a algumas rotundas. Acho que ninguém se livra delas e já fazem parte destes eventos. Outro nota em género de recomendação, se queres comer depois duma volta de muitos kms, prepara-te antes… ou então esquece a volta e aparece só para comer. Ninguém te leva a mal e até te agradecem por não terem que carregar contigo.
Chegados ao topo, fizemos algumas paragens. Umas para perceber que a “jipose” é uma doença lixada e que ataca quem têm mais olhos que barriga (por acaso a vitima até estava com uma barriga a condizer, mas isso agora não interessa nada). As outras foram para ver a paisagem marcada por acidentes geológicos de grande imponência e para assistir uns caramelos que compram pneus xpto e que depois …puf, valem tanto como os rascas.
Reagrupados, fomos ao chamamento do Guia. A mensagem era: “vamos descer, quem tiver vertigens não olhe para a esquerda e desmonte se for caso disso”. Sábias palavras as de quem tem experiencia. Eu cá não percebo nada disto. Foi de facto um trilho complexo que requereu muito trabalho. Era um single track que começava por ascender por uma boa distância, com muita pedra em forma de degrau e cujo piso estava escorregadio. Havia que ter mãozinhas e aprender com os mestres. Reagrupamos no topo do trilho e voltamos a esperar. Alguns diziam que viria um helicóptero, ou falavam num corpo a rebolar pela encosta, mas eu não estava focado nas tricas. Queria mesmo era dar corda aos sapatos. Por dois motivos (e não aqueles do por tudo e por nada) porque queria descer aquela cena toda e esperar que não desse nenhum tralho e porque estava esganado de fome e estava uma magnífica sopa de carne à minha espera. Foi quando o Guia me disse, anda que temos que ver se encontramos o trilho junto ao muro. Aquilo parecia uma palavra mágia e pensei “é agora, vê se me apanhas” e mandei-me por ali abaixo com o Zé Luis (acho que não me engano no nome) na minha pegada. Voltamos a parar para novo reagrupar e voltamos a descer mas agora por um caminho mais aberto e cujo piso até estava muito bom. Terminado o declive, foi momento de relaxar e apreciar a descarga de adrenalina que nos inundava o corpo. Tenho cá o feeling que um tal de Alex Guerra e um outro João Tremoceiro iam gostar disto. Temos pena, fica para a próxima.
Finalmente estava chegada a hora do morfes. Petiscos à Susana era o seu nome e comida esteve fabulosa. O problema é comer ás 3 da tarde com direito a tudo, incluindo vinho e depois voltar a montar as burras. Já mencionei a sopa, mas volto a tocar no assunto para dizer que comi pouco. 3 pratos. Mas deve ter havido por lá alguns lambões…
Depois disto fomos postos fora do restaurante não pelo dono, mas pelo guia. Oh João isso não se faz, fica mal correr com os convidados da mesa… Mas havia um propósito. Ele queria à força toda nos obrigar a pedalar para nos mostrar mais algumas perolas que estavam guardadas para o final. O grupo dividiu-se pelos que precisavam regressar cedo e os que estavam ali por tudo e por nada eh eh eh.
O meu problema foi o nevoeiro. Tinha a visão turva e estava um pouco preocupado com o trilho. Lama fina e muito calcário costumam dar contactos próximos com o chão. Mas sabendo que trazia o mestre atrás de mim e com aquela preocupação “paternal” com um discípulo iam ditando: “devagar se não cais” e eu… cumpri… que remédio…
Chegamos então a Mira D´Aire e a partir daqui foi pedalar pela estrada até Torres Novas. Acabamos já por volta das 18.00 não sem fazer mais uns 2 kms por terra e com recurso à lanterna do Brites e outra do Zé. O meu registo foi de 81kms com uma média de 13,27 kms/H.  Muito bom para uma coisa destas.
A seguir as formalidades habituais, banhos, jantar (não vou dar pormenores porque estas coisas ficam para quem lá esteve e não tem nada a ver com pedalar)
Em resumo uma volta formidável onde tudo acabou bem e todos se divertiram. Eu quero agradecer publicamente ao João Gonçalves e seus companheiros pelo convite e espero um dia destes ter o prazer de vos receber no nosso quintal.





























































































































Votos de um grande natal e que 2014 traga muitas voltas como esta em que tudo acabe bem e não hajam percalços. Claro que é extensível às vossas famílias.
Um abraço

Pirex