24 novembro 2008

Loures dos Cãos

Não fazia ideia do que iria encontrar em Loures http://viajar.clix.pt/geo.php?c=176&lg=pt, talvez uma incursão ao longo do rio Trancão para esticar as pernas pelas Lezirias, depois das últimas três aventuras estava a precisar. A malta da Póvoa da Galega (ainda sem o Pirex), eu e o Brites juntámo-nos a uns companheiros de Loures muito aficionados de BTT, o Chanoca, o João e o Álvaro. Feitas as apresentações começamos a rolar, precisamente no sentido oposto ao qual eu me tinha mentalizado. Já no meio das hortas, no coração da cidade de Loures, ganhei coragem para perguntar como iria ser a volta, o Álvaro, amável anfitrião, gracejou: -“ para começar vamos subir ali a Montemor depois vamos subir a Moninhos e depois vamos subir a …” rapidamente percebi a mensagem, mais uma tareia daquelas.

Em pleno alcatrão e já depois de passar pelas hortas e por trinta e sete cães nervosos, olhei para baixo para fazer a última inspecção à bike antes de começar a subir, o pedaleiro Ok, os pneus Ok os pedais de…Pum Pum Pum, Catrapum, guiava a bike apenas com a mão esquerda, sem dar conta o João tinha parado a escassos metros de mim, quando levantei a cabeça fui atingindo por um raio de sol, instintivamente pressionei a manete esquerda a fundo. Não sabia se havia de rir ou de gemer, as dores do joelho avivaram-me todas as lesões ganhas ao longo dos anos no futebol e no basket, acabara de hipotecar toda a volta, parecia só ter uma perna.



Iniciamos a longa subida de 6km junto ao Palácio do Correio Mor, ao longo da subida a vista ia-nos revelando outros picos por onde já passamos e a planície onde desejava estar, muitos minutos depois lá chegamos ao topo de Montemor, paragem obrigatória para saborear a paisagem e recuperar muita da energia despendida.



Era hora de começar a curtir, fizemos uma descida calminha com lombas ao estilo das pistas de BMX, depois uma repleta de pedras, mais uns cães a quererem as pernas do Brites e singletrack para descontrair antes da subida para a Quinta de Perdigueira.


Era certo que a malta de Loures nos queria dar uma coça, estavam era um pouco indecisos quanto ao sitio para o fazer, andamos para trás e para a frente algumas centenas de metros até que, finalmente, enveredamos por uma descida arborizada cheia de curvas e contra curvas que só terminaria na Fonte de Santo Amaro de A dos Cãos. Um espectáculo, a descida e o nome da terra. Pausa para o boneco, para digerir algumas barritas e as emoções da descida.


Rolamos alguns metros por asfalto de modo a preparar a enorme subida até Moninhos, o zunir das hélices intensificava-se à medida que nos aproximávamos lentamente do topo. Avistamos o mar, o Palácio da Pena e claro a aldeia de A dos Cãos.



Serpenteamos o trilho ladeado de cinzas, uma imagem desoladora que infelizmente se repete por este pais fora. Os tons cinza fortes e as histórias das quedas de quem por ali já passou, provocaram-me algum formigueiro, era a parte mais divertida do percurso mas não queria deitar tudo a perder. Estávamos em Bolores, o trilho rápido em forma de bossa, antecedia a espectacular descida para Ponte de Lousa. O João (de Loures) queria mostrar a vontade de ser um dos nossos, tentou trazer algumas pedras que saltavam à sua passagem, até que, lá se jogou ao chão para agarrar umas quantas, nada de grave! Aproveitei a paragem para descer o selim (é já um hábito) e lá vai disto, olhos fixos no trilho para evitar distracções como a do início do percurso, mão leve no travão e deixa a gravidade fazer o resto. A cara é aquela que alguns já conhecem, a de enorme satisfação

.

Para a volta ser completa no que a BTT diz respeito, ainda passamos um ribeiro na zona da Murteira para apanhar o trilho ascendente, depois foi rolar em alcatrão até ao carro aproveitando para fazer as despedidas pelo caminho.
Foram 36km repletos de novidades, trilhos variados e de grande cavaqueira, a volta das Lezírias ficou para uma próxima oportunidade.

Até lá, boas trincadelas!

17 novembro 2008

Que nem galegos...

A cinco minutos da hora marcada contornei a rotunda em direcção à Povoa da Galega, o casario pouco cuidado recebe-nos nesta terra onde os cheiros são mais intensos, o do azeite não passa despercebido, nem àqueles que nesta altura do ano lutam por inalar correctamente. Estamos a escassos 10 minutos de Lisboa mas a vida aqui flui com outra intensidade, a ruralidade mistura-se harmoniosamente com as novas tecnologias fazendo desta terra um dos locais mais apraziveis que conheço enquanto praticante de BTT.

Eu, o Vermelho, o Boss, o Tuga e o Gadget aguardávamos pelo Fast que se havia perdido algures na Malveira, o frio agarrava aos ossos e estávamos um pouco impacientes por começar a pedalar, finalmente o Alex deu com a terra, preparamos a montada e lá partimos às ordens do Gadget. Com super energia graças ao seu super pequeno-almoço reforçado o guia levou-nos imediatamente por alcatrão e trilhos ascendentes a um ritmo alucinante, nem a desculpa do Boss, para afinar o cabo do amortecedor, foi levada em consideração para abrandar o ritmo. Em menos de nada tínhamos galgado até ao moinho, cinco kilometros sem dirigirmos uma palavra uns aos outros, fizemos o pequeno trilho em escada num ápice e lá seguimos .

A malta estava com a pedalada forte, de tal maneira que nem nos apercebemos que a intenção era seguir em direcção a Bucelas, mesmo ali ao lado! O troço inicial da volta não foi novidade, já tínhamos feito parte deste percurso, desta feita a surpresa estava guardada para a entrada da freguesia da Sapataria, o tempo descoberto revelou-nos a Senhora do Socorro e mesmo ao lado o forte azul do mar.

Já com vinte km nas pernas fizemos uma subida sem fim, foi subir e subir e subir. Decidi seguir o Nuno e o Alex, mas para quê? O facto é que ao ritmo que estamos a andar parece tudo plano, quer dizer...a fase final da subida impunha respeito só mesmo a perspectiva de uma boa descida nos deram forças para trepar aquela parede. Aproveitei para tirar uns bonecos ao pessoal para mais tarde recordar. Ingerimos umas barras, agua e toca a andar que quatro minutos de paragem é muito tempo.

A seguir a uma subida o que é que vem? Enganem-se... a descida foi curtíssima e toma lá mais uma subida, estava a ficar cansado, com tanta subida ainda mal tinha tirado o pó da suspensão, ao fim de umas centenas de metros decidi descansar, encontrei uma caminha de eucaliptos recentemente cortados e, com toda a delicadeza do mundo, aninhei-me confortavelmente usando a bike como cobertor.
Qual despertador o roncar das feras de quatro rodas aproximou-se ferozmente, toca a levantar e pedalar. Sem darmos conta estávamos no meio de um passeio de MOTO 4, demos meia volta e regressamos ao inicio da parede. Nunca tinha feito uma rotunda destas!
Finalmente uma descida digna desse nome, aproveitamos para acelerar pois já se fazia tarde e ainda havia muito para subir, e era para encurtar caminho, que animação, mais uma trepadeira daquelas de tirar o fôlego, ainda estávamos a começar a subir e o Vermelho lá fez o primeiro comentário sexual do dia “ tou todo f#di$@” e não era para menos! O Nuno estava a dar cabo de nós, mas como nos falou em singletrack a malta lá ia aguentando.

Descemos em direcção à Bemposta e reagrupamos antes de entrar no singletrack. O trilho é daqueles em que só queremos andar rápido, de vez em quando pensamos como seria doloroso uma queda àquela velocidade mas, mais uma aceleração, uma curva, e tudo se desvanece na adorável sensação de controlar uma bike àquela velocidade por um trilho tão estreito.

O que é bom acaba depressa, diz o ditado, toca a regressar por uma parede daquelas que até dá sono, lá arranjei espaço para me deitar a meio da subida à espera do pessoal. Regressamos ao alcatrão pelo o trilho que tanto gozo nos tinha dado a descer.
Rolamos os últimos 5km por alcatrão a grande velocidade para desentorpecer as pernas, como não tivemos de parar para o Paulo descansar ou para o Brites adorar o carbono, acabamos a volta em 3 horitas o que deu uma média de 15km, nada mau! Com este ritmo adivinha-se uma Primavera verdadeiramente épica.
Até lá, boas trincadelas!!!

12 novembro 2008

Broas e Cabrela - O Regresso dos TrincaPedras

Nove meses após a primeira incursão dos Trinca Pedras por Broas e Cabrela, voltamos ao local do crime para relembrar e reviver as paisagens deslumbrantes e espetaculares do Lexim e Vale de Cabrela.

Sem o Pirex para guiar a volta, o Paulo guiou e apesar de improvisar um bocadinho, proporcionou um passeio bastante agradável ao pessoal.

O ponto de encontro estava marcado para as 8h00m no lugar de Igreja Nova, mas devido a uma pequena distração da minha parte, acabamos por chegar com 15m de atraso, sendo imediatamente alvo de comentários por parte do Paulo e do Rui...

Pouco depois chegavam o João e o Nuno... de bicicleta... tinham vindo directamente da Galega, mas de bicicleta, ou seja, já com cerca de 15kms nas pernas...

O pessoal a preparar o equipamento...




Ao contrário da voltinha de Fevereiro, não seguimos por asfalto até ao Lexim para fazer o Single-Track. Em vez disso, fizemos uma descida em estradão que nos levou até à aldeia da Mata Grande e ao inicio do Single-Track que ladeia o Rio até Cheleiros...








O final deste Single-Track é na ponte próxima de Cheleiros, e que por sinal acabamos sempre por encontrar pessoal em Moto 4...


O mais recente Trinca...


Também a partir daqui o Paulo alterou ligeiramente o percurso, sendo aqui um dos pontos que na volta de Fevereiro nos levou a andar para trás e para a frente a tentar encontrar a continuidade do percurso... Escusado será dizer que esta opção culminou numa subida com declive acentuado e terreno em péssimas condições...



Como esta parte do percurso era desconhecida para toda a gente (incluindo o Paulo), acabamos por entrar num caminho sem saida...




Acabamos por voltar para trás até ao cemitério de Cheleiros... com as bicicletas a pesarem pelo menos 2kgs mais (da lama) e sem conseguirmos encaixar os sapatos nos pedais...

Subimos por asfalto até MonteLavar e depois dirigimo-nos ao inicio da descida em calçada romana, com inicio na rua da Gargantada...

Ao contrário de Fevereiro, a descida em calçada romana estava muito escorregadia e decidimos todos desmontar para descer em segurança...



Estavamos nós a meio da descida quando aparece um grupo de motos de cross...





Depois de atravessar a ponte, uma pausa para recuperar energia e ganhar fôlego para o Single-Track do Vale de Cabrela...





A partir daqui forma alguns kms no Vale de Cabrela... Espetaculares...











O problema deste Single-Track e do Vale de Cabrela é que para sair dele, temos uma subida do caneco... Desta vez não consegui fazer a subida toda montado... Não sei se devido às condições do terreno ou devido às condições das pernas... a realidade é que fiz apenas metade da subida...

Já no topo da subida, fizemos mais uma pequena alteração ao percurso, com o objectivo de visitar os moinhos de Almorquin...














Um dos pontos altos desta voltinha, foi sem dúvida a descida dos moinhos em direcção ao Carvalhal... rápida... no meio de arbustos... ESPETACULAR...

O final da descida...


A volta aproximava-se do final e dirigimo-nos a Cheleiros... Começamos a pensar e a sofrer antecipadamente devido à subida por asfalto até à Igreja Nova...

Chegados a Cheleiros, e dado que ainda era cedo, o Paulo propôs uma passagem final pelo Lexim, regressando assim por caminhos de terra até ao local de partida...

Mais uma vez, o Paulo andou para trás e para a frente até encontrar o caminho correcto, não sem que antes nos obrigasse a passar de novo pelo rio, e sobretudo por um banco de areia que foi a cereja no topo do bolo para as transmissões das bicicletas... As lojas agradecem Paulo...





A volta não ficaria terminada sem antes passarmos por uma das aldeias mais espetaculares da zona Oeste... A aldeia da Mata Pequena... Eu desconhecia... A maioria desconhecia... ESPETACULAR...




No final da volta o Conta-Kilómetros marcava apenas cerca de 35kms, mas foram 35kms bem puxadinhos e divertidos... O João e o Nuno tiveram de regressar à Galega de bicicleta e chegaram quase com 80kms nas pernas...

Para o próximo Domindo há mais...

Foi bom rever o pessoal... finalmente, o grupo está a voltar à normalidade...

Um abraço BeTeTistico,

Ass: Trinca-Tudo