27 abril 2014

Grande Rota do Zêzere - Final

A última etapa iniciou às 8h20, saída de Janeiro de Baixo, já com chuva.
De Janeiro de Baixo até Cambas, o isolamento manteve-se seguindo um Zêzere que ainda corre livre e os pontos interessantes foram a cascata e a ponte romana que encontrou a caminho de Álvaro, pedaço de paraíso. Delicioso foi também o encontro com 2 raposas, se uma fugiu a partilhar o trilho, a outra parou num "face to face" a pensar que bicho é este que aí vem... fugindo só no último instante.
O caminho nem estava trilhado, quando seria a última vez que aqui passou alguém?! Os carvalhos passaram a dar lugar aos pinheiros e eucaliptos e o xisto começa a ser senhor desta terra.

De Álvaro para Madeirã foi subir durante 5km... e quando pensava que estava a acabar descia um pouco e voltava a subir outros tantos e assim sucessivamente, infindável número de subidas.
Chegado a Madeirã o desgaste físico já era acentuado e tomou a opção, para chegar a tempo a Pedrogão Pequeno, de fazer a ligação por alcatrão.

O objectivo seria Pedrogão Grande no entanto, como os bungalows do parque de campismo estavam lotados a alternativa de alojamento foi Pedrogão Pequeno que, para ajudar à coisa, era só no ponto mais alto de Pedrogão, Monte da Sr.ª da Confiança, a 450m de altitude. O hotel e a vista valeu a pena a subida mas o desgaste físico fazia sentir-se.

Este dia foi bastante duro, apenas 60Km mas com 2600m de acumulado que somados à chuva das 8h20 até às 16h00, aos 8kg de carga e à dor que há dois dias não saía do tendão de aquiles , fez da chegada um verdadeiro dilema. E agora? Tendo em conta que em 3 dias fez 6100m de acumulado e 193Km significa que nos restantes 167Km teria de fazer perto de 8000m de acumulado, dado o tempo disponível não é razoável. Parecendo que a segunda parte desta rota é bem mais exigente do ponto vista físico para os dias que foram programados.
Este é o risco de fazer como que um reconhecimento da rota pois, pelos dados disponíveis não foi possível prever esta situação. Não é de todo frustrante pois a parte que mais aliciava desta rota era a parte selvagem do rio, aquela que corre livremente sem intervenção humana. A primeira barreira do Rio Zêzere é precisamente na barragem do Cabril entre Pedrogão Grande e Pedrogão Pequeno, ficando esta parte cumprida.

A dificuldade registada pela ausência, em determinados pontos do percurso, de indicações da rota obriga o uso do GPS (cujo o track oficial ainda não foi disponibilizado pela entidades responsáveis) não sendo possível seguir a verdadeira rota e obrigando muitas vezes ao improviso. Ficando por perceber se a ausência das indicações se devem apenas a partes inacabas ou, também, retiradas por vandalismo ou qualquer outra razão.
Considera-se um projecto com enorme potencial que nesta aventura ficou marcada por 3 dias de pedal, 193Km, 6100m de acumulado e incríveis trilhos e belos recantos proporcionados pelos vales do Zêzere, verdadeiros pedaços de paraíso!


Ao Nuno, os parabéns pela aventura a solo e um obrigado a todos os comentários de incentivo.

Boas trincadelas,
Tânia Mira.

2 comentários:

Pirex disse...

Nuno, volta que estás perdoado. Eu e o João encontramos um trilho fantastico no Alqueidão... Como sabes a nossa terra nunca pára.

Abraço a todos
Pirex

João Pires disse...

Tal como Pedro Alveres de cabral há uns anos atrás em busca de novos horizontes, tambem tu agora numa versão mais muderna.
Mesmo com GPS por vezes é preciso se guiar pelas estrelas ou seja azimute.

Obrigada Tania pelas reportagens.