04 julho 2010

1993

1993 não é uma data. É sim a altitude máxima de Portugal continental. E foi esta a nova meta de altitude para os Trinca-Pedras.
Mas não foram só estes, também o BTT Almonda participou e esteve representado ao mais alto nível.
Ao todo fomos 8 humildes Bttistas que se aventuraram pela nossa montanha maior.
Alguns de nós chegaram na véspera, mas isso não interessa nada.
Chegou o dia e começamos a reunir ás 08.30 no centro de Manteigas. Alongamentos e outros preparativos lançaram a partida para as 09.30. E lá fomos.
Começamos a subir com o primeiro objectivo que era a Pousada de Manteigas. Trepamos pelo campo da bola e um pouco mais a cima eram visíveis os primeiros sinais de desgaste com o ritmo cardíaco a disparar e a obrigar á ambientação á altitude. Nesta fase o percurso fazia-se por entre florestas de cedros, magníficos com a folhagem de um verde sem palavras. Subida íngreme, por terra, calçada e asfalto.
Na pousada íamos entrar na segunda parte dos tracks de gps que tínhamos. E continuamos por estrada até ás Penhas Douradas. Daqui descemos á primeira Lagoa do dia. Não podíamos resistir e toca á ir ao banho.
Havia que decidir, continuar ou ficar, mas o objectivo era forte e lá fomos de novo.
Continuamos sempre por estradões de terra e pedra solta. Muito sofreram os meus pneus nesta parte. Em baixo estava a aldeia do Sabugueiro, a mais alta de Portugal.
Chegamos de novo á estrada e assim fomos até á torre.
O pelotão alongou-se, passamos a pedalar ao ritmo de cada um. Foi um momento de introspecção. A contemplação do horizonte não deixava espaço para mais nada senão pensar nas pernas, nos pulmões, no coração e no sol que queimava a cada metro.
Pensar no que faz um gajo se meter nestas coisas. A força de vontade, o valor das coisas…
Sentia-me bem e fui vencendo cada metro com uma grande motivação. Havia de lá chegar.
Eram 13.58 quando atingi o cume e passados 2 minutos chegou o Zé. E os restantes a conta gotas. Ficamos por aqui um bom bocado. A esticar as pernas, a contemplar, cheios de orgulho pelo feito. Por acaso eu sou um amante desta serra e vou lá pelo menos uma vez por ano e nunca tinha visto tantos ciclistas sem ser numa volta a Portugal. Mas eles andavam por lá e consta que andam a treinar para a volta. Alguns de nós reconheceram o Cândido Barbosa na sua descida e que teve a amabilidade de deixar um incentivo para a subida destes.
Ainda houve tempo para um café com regueifas que parece ser o alimento dos ciclistas neste ponto.
Iniciamos então a nossa descida. Dos 1993 aos 775 metros. Rumamos em direcção á Covilhã e para quem conhece a Serra, sabe que esta parte é particularmente magnífica.
Foi também o momento em que atingimos as maiores velocidades do dia. De tal forma que os insectos pareciam pedras a bater na cara.
No entroncamento que separa a Covilhã de Manteigas, seguimos pela última e alguns metros mais á frente entramos de novo na terra. O caminho fazia-se pela encosta á direita do vale do Glaciar. Alguns kms á frente passamos a um planalto com alguns campos de centeio e a seguir surgiu a grande descida até ao Poço do Inferno.
Esta descida foi bastante trabalhosa e técnica. Mas acabou bem e todos a ultrapassamos sem problemas. Entramos na estrada e de novo a paisagem mostrava a floresta. Lindos os tons das nogueiras cheias de flor. Mais á frente algumas ginjeiras e de súbito o poço do Inferno. Nada a fazer e havia que parar para recuperar. Havia tempo. Uns foram ao banho e outros repunham o stock de água fresca. É um lugar muito agradável em dias de calor.
Voltamos de novo ao caminho e chegaríamos a Manteigas descendo pelos viveiros das trutas. Eram 17.30.
Ninguém caiu, nenhum problema que perturbasse. Um percurso fantástico, grandes compinchas e um dia soberbo.
Vou esperar que outros se manifestem e deixem a sua perspectiva deste dia. Aqui ficam as minhas imagens:

Estacionados em Manteigas e a iniciar os preparativos




Os momentos iniciais da ascenção















A vista para Manteigas e para o vale Galciar do Zêzere











Junto á Pousada de Manteigas

No Cruzamento para as Penhas Douradas


A Caverna do Viriato



A Casa das Penhas Douradas - Hotel



Lagoa do Covão do Forno





O Cão Picas que para os Trinca Pedras é o Trinca-Trutas











Na ligação para a Lagoa Comprida





Ao fundo o Sabugueiro

































A chegar á lagoa Comprida







Na torre

Este marco, acrescenta a distancia que falta á Serra para os 2000 mil metros







Inicio da descida



















De novo na terra













Fim dos percursos de terra

Poço do inferno









Praia fluvial de Valhelas







É tudo, um abraço até á próxima eh eh eh
Pirex

8 comentários:

Unknown disse...

Isto não se faz. Vocês são maus... eu também queria.
Parabens pela volta e vejam se não perdem a vontade de lá voltar, porque a subida à Torre é uma medalha que gostava de ter.

Pirex disse...

eu avisei....

Férias disse...

Até me dá dó comentar...

Nuno Vilhena disse...

Sim Senhor,numa volta que foi 5* a todos os niveis, a representação dos Trinca-Pedras e do do BTT Almonda esteve garantida com atletas de elevadissima craveira eh, eh, todas as dificuldades foram ultrapassadas com uma vontade ferrea de atingir o objectivo dos 2000 metros,a partir de parabéns a todos os participantes.


Boas pedaladas

Nuno Vilhena

Anónimo disse...

Bem ... isto é q é o que se chama "atiçar a inveja" ... cinco estrelas! Parabéns!
Abraço,
Tiago

Anónimo disse...

Parabens Pirex pela reportagem. No inicio do BTT percorria 5KM e morria. Agora passados 5 anos, 70 KM e 2 mil metros de altitude. Estamos todos de parabens. A receita é, Dedicação, Esforço e muita Transpiração. Nesta mitica subida a torre, quero agrdecer as palavras do Candido Barbosa, quando se cruzou comigo "força que está quase".Só que este quase, ainda foi 2 KM com algum sofrimento. Na Glória fica o belo repasto. Murcela assada com Maçã assada, Ovos mexidos com farinheira, Cabrito, Polvo e para acompanhar um belo vinho tinto da região. Termino com a frase mais escutada nesta aventura "...Marchão estás Cavalão..."

Trinca Tuga

Unknown disse...

João, vá lá, não havia necexxidade .... é Candido Barbosa é o repasto. Tem dó de quem não foi.

Zé (Trinca Ampôlas) disse...

Adorei este passeio de BTT á Serra da Estrela, eu só conhecia a Serra de carro, mas vis-ta por dentro tem muito mais beleza do que se pode imaginar. Nunca pensei que num passeio de BTT na Serra fosse possivel dar uns mergulhos (em 3 locais diferentes) naquelas águas transparentes e cristalinas, e que estavam a uma temperatura mais elevada do que se esperava para aquele local.
Aconselho a todos os que gostam de pedalar e ver boas paisagens.
É caso para dizer, não me importava de voltar a repetir se tivesse tempo disponivel.
Deixo um Abraço para todos os que me acompanharam.
Para os outros, apreciem as fotos, e apareçam para a próxima.