Desci até Paço d’Arcos pelos caminhos que diariamente faço de carro, segui pela marginal sempre a um bom ritmo, semelhante ao de um dia de trabalho, passei a ponte sobre o rio Jamor e segui por terra batida pelo trilho paralelo ao do comboio.
Em meia hora pus-me em Algés. Tinha trincado 15km de alcatrão, ia ser diferente, este passeio era para descobrir. Era dia para reparar no que gira à nossa volta, por exemplo, na singularidade do assador de castanhas de Algés.
Entrei no Parque de Monsanto em direcção ao heliporto, a vegetação formada por pinheiros de copa arredondada, escondem singletracks fantásticos traçados por entre os trevos verde vivaz.
Ao longo da subida fui apreciando todo o ambiente envolvente, a solidão tornou-se estranhamente agradável. Ao chegar ao topo pude observar o contraste entre o que nos dá a natureza e a engenharia do homem. Um parque dentro da cidade dá-nos destas coisas.
Desci por um estradão rápido até que reparei num singletrack à direita, estava ladeado por uma rede, não sabia onde me levaria mas tinha ar de que me ia dar metros de diversão. Não me enganei. Voltei novamente ao estradão que me levaria até Caselas, ao longo do percurso dezenas de singletracks, fluíam na sua direcção.
Atravessei a via que liga a N117 a Belém em direcção ao trilho que nos leva ao Chimarrão. Aproveitando o facto de saber o esforço que me esperava, decidi parar para comer e observar a minha menina. Ela esmerava-se para fazer as melhores posses e, o meu dedo, não parava de premir o botão como sinal de agradecimento.
Durante esta sessão fotográfica reparei nos singletracks que rasgavam aquela mancha verde, desci por um e subi, desci por outro e subi, desci mais outro e subi, desci outra vez o primeiro, voltei a descer outro e depois o outro. Foram trinta minutos nesta brincadeira, sempre a tentar descer mais rápido aqueles trilhos rápido e sinuosos. Pura diversão.
Regressei pela mesma zona, pelo bairro de Caselas, a entrada nos trilhos faz-se por entre duas casas, os cheiros da confecção de apetitosos almoços convidam-nos a deambular pelas ruas deste pacato bairro mas, a frenética sensação de descobrir trilhos novos guiam a minha bike para fora do baixo casario.
Primeiro o estradão, depois um qualquer singletrack, sempre a serpentear por entre o arvoredo, o trilho, esconde aqui ou ali um salto, uma curva mais apertada em que os pneus se agarram ao máximo elevando as sensações de andar de bicicleta. Escondida pela vegetação, uma descida que me era familiar, é quase a pique com um cotovelo na saída que nos corta a respiração. Sobe e desce por novas descobertas lá cheguei a Algés para apanhar o trilho do eléctrico que me levaria até ao Estádio Nacional. Que mudado que está!
Voltei ao paredão de Caxias, o sol ia alto e convidava ao passeio, muitos foram aqueles que acederam ao convite.
Passei o túnel da praia para apanhar a estrada da prisão em direcção a Barcarena, antes ainda me deparei com o belíssimo Palácio do Jardim da Cascata.
Apanhei boleia de dois devoradores de asfalto que me levaram por subidas desgastantes, como não lhes perguntei para onde iam, parei em casa deles.
Não havia azar era só encontrar um qualquer caminho. Subi mais umas centenas de metros até chegar às bombas da Galp na A5, um estradão levar-me-ia até Talaide. Chegado ao bairro ainda desfrutei de umas quantas escadas mesmo antes de entrar na garagem.
3 comentários:
Hugo, estás em grande. Sabes uma coisa? daqui a um mês já ando a pedalar.
:)
Abraço
Pirex
Hugo,
A tua descrição de um simples passeio, sozinho, com uma grande parte de asfalto à mistura, a roer-me de inveja por não me ter juntado a ti na passada segunda feira.
Fui até Torres Novas andar com o pessoal, mas depois da tua descrição fico a pensar se não devia ter sido de casa de bicicleta e me ter encontrado contigo em Monsanto... LOL...
Abraço.
Também quero ....
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