Há dias em que o melhor é não programar!
A incerteza sobre as condições meteorológicas para domingo e a
preguiça que o inverno incute ao pessoal, levou a que o grupo se dividisse em três,
os que ficaram na cama, os que foram descobrir a zona do Cabo Espichel e eu e o
Tiago que iriamos para Sintra. Todos decidiram bem!
Apanhei o Tiago de carro para nos dirigirmos à serra de Sintra e, no
primeiro cruzamento, olhando para o cinzento do céu disse “bah, vamos para
Monsanto”. Estacionamos no lugar de sempre, a diferença é que hoje estávamos
sós, nem Trinca Pedras nem ninguém! A preguiça era para já a nossa única
companhia. Lá montamos as bikes e seguimos pra a zona Sul. Este é o quintal do Tiago
por isso seria ele a decidir a volta.
Percorridas algumas centenas de metros tudo mudou e, quando digo
tudo, é mesmo tudo. O Tiago deixou de ser guia e deixamo-nos ir pelas finas
linhas que seguiam à frente dos nossos olhos. Singletracks e mais singletracks de um castanho ladeado
por verde vivaz levaram-nos por 6km até Algês local onde, por mudança de planos, nos iriamos encontrar
com o Trinca Bip Bip e Trinca Lights.
Já não andava por Monsanto há um ano. Fiquei um pouco preocupado
com o que por lá vi, trilhos e mais trilhos, singletracks transformados em vias
rápidas de duas faixas, linhas para a esquerda, para a direita, de cima para
baixo, daqui e dali, enfim, a marca de que este parque se tornou um espaço de massas e com
todo o mal de que infelizmente daí advém. São (tal como eu) os BTTetistas de
fim de semana, os novos corredores de Trail, os pais, os filhos, as mães, tudo
a desbravar terreno! Temo que este caminho leve a medidas radicais por parte
dos responsáveis do parque e já implementados em tantos outros por essa Europa
fora.
Como a cidade de Lisboa tem muito para oferecer, seguimos pela
ciclovia junto ao rio em direção ao Terreiro do Paço e Campo Grande para
voltarmos a entrar no parque em Campolide. Chegados ao Cais da Colunas sugeri
uma incursão por Alfama, a sugestão foi prontamente acolhida e lá fomos de
viela em viela por Alfama até ao Miradouro das Portas do Sol. Que bela é a
cidade vista dali, “e do Miradouro da Senhora do Monte”? diz o André. Sobe e
sobe em paralelepípedo até à Graça.
Do BTT passamos à cultura, uma visita às vilas operárias de Lisboa
aquelas que no inicio do século passado acolheram os operários desta cidade. A
descrição dos factos e enquadramento foi repartida pelo André e pelo Nuno.
Convivi anos ao lado de um património que não sabia existir. Visitamos a Vila
Sousa, Vila Berta e a Vila Estrela d’Ouro, um património em vias de
rejuvenescer e que contam muito sobre a cidade e as sua gentes.
Descemos pelas ingremes ruas da Penha de França até à Praça do
Chile e tomamos a nova ciclovia da Duque D’Ávila . As esplanadas estavam
desertas mas a ciclovia repleta. Sobrevoamos a cidade em paralelo ao Aqueduto
das Águas Livres até ao verde de Monsanto. Num ápice deixamos o centro da
cidade e enveredamos pelo coração desta mancha verde que ladeia Lisboa.
Percorremos os singletracks
que costumam ser a delicia de cada volta no parque mas desta vez a trepar, foi
novidade e teve a sua piada.
Terminámos a volta com 30km de coisas novas e com a vontade de
repetir com todo o grupo, com mais trilho e mais cidade.
Até lá…boas pedaladas
6 comentários:
É assim mesmo. Nada como sair da cama para uma manhã bem passada. Pena é que te tenhas dado ao trabalho de fazer um post para depois ver os comentários no FB...
Não tiveste preguiça para fazer isto, pois não? então porque é que há por ai muita preguiça em colocar os comentários aqui? Já sei... "Ó Pirex, lá vens tu cheio de azia"... Não me importo. Continuo a defender que é aqui que fica o registo e histórico destas voltas.
Hugo parabéns e obrigado por te lembrares de partilhar com o blogue esta manhã.
Abraço
Pirex
Tens toda a razão Pirex.
E olha que esta volta merece ser feita por todos e, se assim for, passagem pela Ginjinha é obrigatória!!
Boa reportagem.
Hugo, andas inspirado. Grande volta e grande reportagem.
Hugo,
Não fazia ideia que escrevias tão bem :) Gostei muito.
Temos é de combinar ir juntos, todos... não é uns ficarem na cama (no silêncio...) e outros a pedalar... eheheh
Abraço
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