16 outubro 2011

Rota do Marquês

Uma volta interessante mas que ficará melhor se unir à Maratona de Oeiras de 2005


































Tentar fazer isso para depois acabarmos em beleza com churrasco aqui em casa ...





Até lá...boa Trincadelas!!

14 outubro 2011

Caminho Português de Santiago – Guimarães (Caminho Central)

Os Preparativos


Já há imenso tempo que o caminho me chamava, depois de o ter feito a pé este ano, era altura de o fazer de bike. Amigos de longo data, eu e o Tiago, juntamo-nos para esta etapa que era, para nós, mais do que uma travessia em BTT.



O caminho não é mais do que uma resenha da vida. Está lá tudo, as expectativas, as crenças, as certezas e as dúvidas, os momentos dificeis e os mais agradavéis. As alegrias e as desilusões, os amigos e os que surgem. As derrotas e as glórias.

Preparamos a logistica com alguma antecedência, o que levar, qual o percurso, em quantos dias, requisição de credenciais de peregrino e, deixamos para a véspera o meio de transporte até Guimarães, local escolhido para iniciar o caminho. A limitação de tempo e sujeição a horários acabaram por influenciar a decisão, acabamos por optar pela viagem de carro em deterimento do comboio. Os pais do Trinca Ramos foram uma ajuda preciosa pois levaram-nos à partida e recolheram-nos à chegada.

Ajudados pelo S. Pedro e pelo excelente tempo de Outono com temperaturas entre os 25®C e os 30®C, optamos por levar uma mochila com 5/6 kg com o minimo indispensavél para a bike e para o ciclista/peregrino em vez de carregarmos alforjes com 15kg. Esta foi uma boa decisão pois permitiu-nos abusar nas descidas e, descidas rápidas é coisa que não falta neste caminho!
Arrancamos sexta feira ao fim do dia e fomos prenoitar à Pousada da Juventude de Guimarães onde fomos superiormente recebidos.

1ª etapa Guimarães- Valença

Depois de tomarmos um pequeno almoço reforçado na pousada, demos inicio à aventura serpenteando as bonitas ruas de Guimarães que se prepara para ser a Capital Europeia da Cultura. As setas que marcam todo o caminho, tiraram-nos do meio urbano e levaram-nos para o meio rural, onde os costumes são bem tugas e estão enraizados. Aqui a vida rola mais devagar, é a vida pela vida. Os cheiros são mais intensos, o campo é tratado com carinho e a palavra comunidade ainda faz sentido.
Fomos rolando por entre aldeias e caminhos rurais que nos levaram às Taipas onde a requalificação da zona ribeirinha incentiva as pessoas a darem um novo rumo às suas vidas, mais saudavél e mais próximo da comunidade.






Passados alguns quilometros a 1ª grande dificuldade, uma parede por entre eucaliptal que, sem nos apercebermos, nos conduziu ao Hotel da Falperra já a caminho do Bom Jesus de Braga. Para nosso contentamento e já depois de vencida esta dificuldade descemos a rampa até à Sé de Braga onde recolhemos o segundo carimbo.


A saída de Braga foi algo confusa mas lá acabamos por seguir as marcações e levar com a primeira estupada, uma meia duzia de quilometros pela nacional que não nos agradou. A cerca de 17km de Ponte de Lima seguimos a Via XIX, uma via romana que conserva grande parte do seu solo em calçada e que nos proporcionou o primeiro momento de grande diversão, descidas rápidas por entre povoados e regadios que tornam verdes estas fertéis terras minhotas.








Chegamos a Ponte de Lima, a vila mais antiga de Portugal pela hora de almoço. Em virtude da etapa que tinhas para a tarde trocamos o Arroz de Sarrabulho por hidratos de carbono e saladas.
Aqui convergem dois caminhos, o Central e o Mediaval, por essa razão encontramos os primeiros peregrinos, quem estava a pé chegava ao fim de uma etapa, quem estava de bike estava a meio, a maior parte vinha do Porto.
O caminho daqui para a frente tornou-se mais verde e belo, trilhos fantásticos para BTT por entre vinhas e milheirais, diques que refrescam a paisagem e alguns singletracks para abanar o esqueleto.




Já com alguns quilometros sem ver ninguém fomos chamados por um grupo de 3 Bttistas do Foz Côa que animaram a festa. Trocamos alguns galhardetes, tiramos um boneco em conjunto e lá seguimos caminho com o aviso do que ai vinha, a Lambruja.
A Lambruja é uma terra simples e bonita que, para nos deixar sair dali, nos obriga a uma subida surreal. São quilometros de subida em pedra cuja unica maneira de a fazer é com a bike pela mão e em alguns troços às costas. Obviamente que chegámos ao topo todos amassados e com necessidade extra de uma dose de gel. Como depois de uma grande subida vem uma grande descida, dali até Rubiães foi sempre a rasgar por entre pedras e singletracks. Uma delicia.









De Rubiães até Valença foi um passeio em que aproveitamos para conversar mais um pouco. À noite ficamos no Albergue de São Teotónio onde conhecemos um casal açoreanos simpatiquissimo que se preparava para iniciar o caminho a pé. O albergue está muito bem equipado, podemos tomar banho, lavar roupa e cozinhar pois a cozinha está totalmente equipada.


Fomos para os beliches com as galinhas, era altura de descansar e recuperear forças. Os primeiros 98km provocaram algum desgaste e no dia seguinte tinhamos planeado 80km até Caldas de Rei.






continua...